sexta-feira, 25 de junho de 2010

É inverno...




É inverno.O vento, o frio trazendo...
O sol, até abdica de lutar e parece,
Olhar tímido a névoa que cresce,
Subindo dos lagos e rios.Fazendo...

Tudo nos parecer triste e sombrio.
O inverno, vindo de todos os lados!
Abraça-nos e nos faz enregelados,
Encolhidos, e tristonhos E do frio...

Somente nos livramos abraçando,
(Tentando num só corpo se tornar!)
A pessoa amada.E, assim negando...

A lei que diz: Duas pessoas, não
Podem o mesmo espaço ocupar!
(A não ser com muito frio e paixão!)


Pedro Paulo da Gama Bentes


C@urosa

sábado, 19 de junho de 2010

Momento triste para quem gosta de poesia


JOSÉ SARAMAGO, O MAGO DAS LETRAS


























Momentos

Há momentos assim na vida: descobre-se inesperadamente que a perfeição existe, que é também ela uma pequena esfera que viaja no tempo, vazia, transparente, luminosa, e que às vezes (raras vezes) vem na nossa direcção, rodeia-nos por breves instantes e continua para outras paragens e outras gentes.

In Manual de Pintura e Caligrafia, Ed. Caminho, 6.ª ed., p. 291
(Selecção de Diego Mesa)




Protopoema


Do novelo emaranhado da memória, da escuridão dos
nós cegos, puxo um fio que me aparece solto.
Devagar o liberto, de medo que se desfaça entre os
dedos.
É um fio longo, verde e azul, com cheiro de limos,
e tem a macieza quente do lodo vivo.
É um rio.
Corre-me nas mãos, agora molhadas.
Toda a água me passa entre as palmas abertas, e de
repente não sei se as águas nascem de mim, ou para
mim fluem.Continuo a puxar, não já memória apenas, mas o
próprio corpo do rio.
Sobre a minha pele navegam barcos, e sou também os
barcos e o céu que os cobre e os altos choupos que
vagarosamente deslizam sobre a película luminosa
dos olhos.
Nadam-me peixes no sangue e oscilam entre duas
águas como os apelos imprecisos da memória.
Sinto a força dos braços e a vara que os prolonga.
Ao fundo do rio e de mim, desce como um lento e
firme pulsar do coração.
Agora o céu está mais perto e mudou de cor.
É todo ele verde e sonoro porque de ramo em ramo
acorda o canto das aves.E quando num largo espaço o barco se detém, o meu
corpo despido brilha debaixo do sol, entre o
esplendor maior que acende a superfície das águas.
Aí se fundem numa só verdade as lembranças confusas
da memória e o vulto subitamente anunciado do
futuro.
Uma ave sem nome desce donde não sei e vai pousar
calada sobre a proa rigorosa do barco.
Imóvel, espero que toda a água se banhe de azul e que
as aves digam nos ramos por que são altos os
choupos e rumorosas as suas folhas.
Então, corpo de barco e de rio na dimensão do homem,
sigo adiante para o fulvo remanso que as espadas
verticais circundam.
Aí, três palmos enterrarei a minha vara até à pedra
viva.Haverá o grande silêncio primordial quando as mãos se
juntarem às mãos.
Depois saberei tudo.


(in PROVAVELMENTE ALEGRIA, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1985, 3ª Edição)

Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.

José Saramago


Science-fiction I


Talvez o nosso mundo se convexe
Na matriz positiva doutra esfera.

Talvez no interspaço que medeia
Se permutem secretas migrações.

Talvez a cotovia, quando sobe,
Outros ninhos procure, ou outro sol.

Talvez a cerva branca do meu sonho
Do côncavo rebanho se perdesse.
Talvez do eco dum distante canto
Nascesse a poesia que fazemos.

Talvez só amor seja o que temos,
Talvez a nossa coroa, o nosso manto.


(In OS POEMAS POSSÍVEIS, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1981. 3ª edição)


Retrato do poeta quando jovem



Há na memória um rio onde navegam
Os barcos da infância, em arcadas
De ramos inquietos que despregam
Sobre as águas as folhas recurvadas.

Há um bater de remos compassado
No silêncio da lisa madrugada,
Ondas brancas se afastam para o lado
Com o rumor da seda amarrotada.

Há um nascer do sol no sítio exacto,
À hora que mais conta duma vida,
Um acordar dos olhos e do tacto,
Um ansiar de sede inextinguida.

Há um retrato de água e de quebranto
Que do fundo rompeu desta memória,
E tudo quanto é rio abre no canto
Que conta do retrato a velha história.


(In OS POEMAS POSSÍVEIS, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1981. 3ª edição)



DESCANSO, PAZ E A ETERNIDADE PARA O MARAVILHOSO HOMEM DAS LETRAS.


C@urosa

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Música de qualidade












Escureceu, o sol baixou
Anjo da guarda cantarolou
Nana neném
Nana neném
Cacheadinho, anjinho é

De manhã sob o sol
Cada gota de orvalho
A secar, é suor
É suor de trabalho
Nana, neném
Nana, neném
Nana, neném

O estudante, o trabalhador
Sente deixar o cobertor
Pega a marmita
Ronca o motor
Leva a beleza
Que a vida é

De manhã sai da cama
Havaiana no pé
Apostila na mochila
E na Mão, o café
Nana, neném
Nana, neném
Nana, neném



C@aurosa


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Do baú do Carlinhos










Namorar é:
Um beijinho no portão;
Um acelerar de coração;
Tomar coca com limão;
Te procurar na multidão;
Tomar sorvete na sua casquinha;
Te esperar no final da aula;
Comer comidinha quente no mesmo prato;
Andar de bicicleta, e te carregar bem grudadinho;
Correr na chuva de verão;
Dançar coladinho;
Não torcer pelo mesmo time(que pena!);
Compartilhar a mesma música;
Um amasso no escurinho do cinema;
Amar com paixão;
Querer com tesão.
E caminhar de mãos dadas,
sempre juntinhos.


Para os namorados e eternamente

para Nandinnha.

C@urosa

quarta-feira, 9 de junho de 2010

EXERCÍCIO DE REFLEXÃO


(Imagem: fotonet.com)

COM UM POUCO DE BOM HUMOR....É CLARO!!



Poema da criança negra
(Escrito por uma criança Angolana)

Quando eu nasci, era Preto;
Quando cresci, era Preto;
Quando pego sol, fico Preto
Quando sinto frio, continuo Preto
Quando estou assustado, também fico Preto.
Quando estou doente, Preto;
E, quando eu morrer, continuarei preto!

E você, cara Branco,
Quando nasce, você é Rosa;
Quando cresce, você é Branco;
Quando você pega sol, fica Vermelho;
Quando sente frio, você fica Roxo;
Quando você se assusta fica Amarelo;
Quando está doente, fica Verde;
Quando você morrer, você ficará Cinzento.

E você vem me chamar de Homem de Cor??!!


C@urosa (ops, negro, amarelo, vermelho, branco, azul..multirracial e muito feliz!)


quinta-feira, 3 de junho de 2010

VIVER A VIDA COM PAIXÃO...















“Vivi e ainda vivo!

Não passo pela vida…

E você também não deveria passar!

Viva!

Bom mesmo é ir à luta com determinação,

abraçar a vida com paixão,

perder com classe

e vencer com ousadia,

porque o mundo pertence a quem se atreve

a vida é “muito” para ser insignificante”.

CHAPLIN




C@urosa

  Um dia ameno de outono, um dia de frescor, sinal de paz, um dia para comemorar a vida, um dia para levantar as mãos para o céu, um dia par...