Onde colheste estas flores? Que margem de rio te abriu o seio, pétala a pétala, para que o perfume da primavera se espalhasse pelo campo? Ainda o respiro - como se estivesses ao meu lado, e o amor habitasse os teus olhos...
"Toca de tatu, lingüiça e paio e boi zebu Rabada com angu, rabo-de-saia Naco de peru, lombo de porco com tutu E bolo de fubá, barriga d'água Há um diz que tem e no balaio tem também Um som bordão bordando o som, dedão, violação Diz um diz que viu e no balaio viu também Um pega lá no toma-lá-dá-cá, do samba Um caldo de feijão, um vatapá, e coração Boca de siri, um namorado e um mexilhão Água de benzê, linha de passe e chimarrão Babaluaê, rabo de arraia e confusão...
Eh, yeah, yeah . . . (Valeu, valeu, Dirceu do seu gado deu...) Cana e cafuné, fandango e cassulê Sereno e pé no chão, bala, camdomblé E o meu café, cadê? Não tem, vai pão com pão Já era Tirolesa, o Garrincha, a Galeria A Mayrink Veiga, o Vai-da-Valsa, e hoje em dia Rola a bola, é sola, esfola, cola, é pau a pau E lá vem Portela que nem Marquês de Pombal Mal, isso assim vai mal, mas viva o carnaval Lights e sarongs, bondes, louras, King-Kongs Meu pirão primeiro é muita marmelada Puxa saco, cata-resto, pato, jogo-de-cabresto E a pedalada Quebra outro nariz, na cara do juiz Aí, e há quem faça uma cachorrada E fique na banheira, ou jogue pra torcida Feliz da vida Toca de tatu, lingüiça e paio e boi zebu Rabada com angu, rabo-de-saia Naco de peru, lombo de porco com tutu E bolo de fubá, barriga d'água Há um diz que tem e no balaio tem também Um som bordão bordando o som, dedão, violação Diz um diz que viu e no balaio viu também Um pega lá no toma-lá-dá-cá do samba"
Naquele dia, no meio do jantar, eu contei que tentara pegar na bunda do vento — mas o rabo do vento escorregava muito e eu não consegui pegar. Eu teria sete anos. A mãe fez um sorriso carinhoso para mim e não disse nada. Meus irmãos deram gaitadas me gozando. O pai ficou preocupado e disse que eu tivera um vareio da imaginação. Mas que esses vareios acabariam com os estudos. E me mandou estudar em livros. Eu vim. E logo li alguns tomos havidos na biblioteca do Colégio. E dei de estudar pra frente. Aprendi a teoria das idéias e da razão pura. Especulei filósofos e até cheguei aos eruditos. Aos homens de grande saber. Achei que os eruditos nas suas altas abstrações se esqueciam das coisas simples da terra. Foi aí que encontrei Einstein (ele mesmo — o Alberto Einstein). Que me ensinou esta frase: A imaginação é mais importante do que o saber. Fiquei alcandorado! E fiz uma brincadeira. Botei um pouco de inocência na erudição. Deu certo. Meu olho começou a ver de novo as pobres coisas do chão mijadas de orvalho. E vi as borboletas. E meditei sobre as borboletas. Vi que elas dominam o mais leve sem precisar de ter motor nenhum no corpo. (Essa engenharia de Deus!) E vi que elas podem pousar nas flores e nas pedras sem magoar as próprias asas. E vi que o homem não tem soberania nem pra ser um bentevi.
Texto extraído do livro (caixinha) "Memórias Inventadas - A Terceira Infância", Editora Planeta - São Paulo, 2008, tomo X, com iluminuras de Martha Barros.
Você conhece o relacionamento entre seus dois olhos? Eles piscam juntos, eles se movem juntos, eles choram juntos, eles vêem coisas juntos e eles dormem juntos, embora eles nunca vejam um ao outro... A amizade deveria ser exatamente assim!
A música brasileira está mais triste, o grande Paulo Moura nos deixou. Que fique na nossa lembrança os seus grandes momentos de genialidade musical. Descanse em paz o grande músico.
O sujeito está no maior porre na porta de um boteco e, de repente, aparece uma procissão.
Centenas de pessoas reunidas, carregando uma santa num andor toda decorada em verde e rosa.
O cachaceiro berra:
- Olha a Mangueira aí, geeeente!!!
Enfezado, o padre se vira pro bêbado e esbraveja:
- Que falta de respeito, seu excomungado! Fique aí com o seu vício e nos deixe em paz com a nossa fé!
Mal o padre acabou de falar, a santa bate com a cabeça no galho de uma mangueira, cai e se espatifa no chão.
E o bêbado:
- Eu avisei... Mas, o padre é estressadinho!!!
Futebol se joga no estádio? Futebol se joga na praia, futebol se joga na rua, futebol se joga na alma. A bola é a mesma: forma sacra para craques e pernas-de-pau. Mesma volúpia de chutar na delirante copa-mundo ou no árido espaço do morro. São vôos de estátuas súbitas, desenhos feéricos, bailados de pés e troncos entraçados. Instantes lúdicos: flutua O jogador, gravado no ar - afinal, o corpo trinufante da triste lei da gravidade.