sábado, 19 de outubro de 2013

Vinicius de Moraes, definitivo!


SONETO DA FIDELIDADE

são Paulo , 1946

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Estoril, outubro de 1939

12 comentários:

  1. Preciosa homenagem!
    Poetinha eterno.
    Beijos.


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  2. Muito lindo o soneto e a homenagem sempre merecida! abraços,tudo de bom,chica

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  3. Esse poema é uma afronta aos Amorosamente Desfavorecidos, assim feito eu. Hahaha...

    Poetinha, imortal.

    Beijo, querido amigo.

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Meus amigos e amigas sejam sempre bem vindos, eu agradeço aos gentis e inteligentes comentários no meu humilde espaço de reflexão, expressão e comunicação. Espero o seu retorno. Um forte abraço.

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