quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sombra, corpo e alma...

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SOMOS TRÊS


Somos três:

sombra, corpo, alma.

Cada um a seu modo vivendo

juntos os três andando.


Corpo vendo a sombra

corpo sonhando a alma.

Corpo sofrendo com pena

da alma e da sombra,

impalpáveis

num mundo virtual.


Corpo querendo ser corpo,

e logo alma apenas.

Corpo, vulto, mistério,

fantasma adestrado

em artes de se julgar vivo,

no entanto mais efêmero,

talvez.


Corpo, no entanto, pensando-se.

Transferindo-se em alma,

em sombra.


Corpo sozinho entre enigmas.

Vastas areias do tempo

aladas.

Sobre o corpo e a sombra.


E alma também contempla.

1961 – Cecícila Meireles

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Sombra, corpo e alma… às vezes sou eu.

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14 comentários:

  1. Cecília foi, é e sempre será maravilhosa. belo poema!
    Abraços

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  2. Que lindo!!! Não conhecia esse poema.
    Divina e maravilhosa Cecília!
    Linda noite, amigo ;)

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  3. Cecília é Maravilhosa !!!!

    Belíssima poesia, ...dispensa comentários.




    Bjo e uma Noite de Paz ...

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  4. Meu querido amigo
    Um maravilhoso poema...Cecília Meireles, adoro a sua poesia.

    Beijinhos
    Sonhadora

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  5. Parte materiais e imateriais, tudo se juntando e fazendo algo maior que somos nós...

    Fique com Deus, menino Carlos Rosa.
    Um abraço.

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  6. Sempre bom ler a grande Cecília Meirelles. Também não conhecia esta poesia, bastante instigante.

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  7. É lindo mesmo! As vezes esquecemos que os tres formam o conjunto. Obrigada, amei recordar. Amelia

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  8. Falar de Cecília é tarefa inglória. Nunca falaremos o bastante, o merecido. Nos perderemos em palavras, então o melhor é ler sua poesia.

    Carlos, querido.
    Aviso-lhe que vou roubar sua ideia de post e colocar no meu caçulinha.

    Dê um pulinho lá e confira... Mas só o farei à noite.

    http://euzinharrosada.blogspot.com/

    Beijos.

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  9. Boa essa poesia de Cecília Meirelles! Quando li lembrei-me do filme Efeito Borboleta, não sei porque.

    BeijooO*

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  10. Resgatar Cecília foi mesmo uma ótima escolha! E o quanto a poesia carrega de verdade em relação ao nosso cotidiano. Essa "mistura" de corpo, sombra e alma que por vezes revezam-se em nós, sem estampar-se em nossas faces.

    Grande abraço, Carlos!

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  11. E quem não é meu amigo?!

    Bjs.

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  12. Oi Carlos! Tenho tanta admiração pela Cecília! E esse poema dela hoje caiu como uma luva... Um beijo, Deia.

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  13. Olá, Carlos!
    Belíssima escolha e belíssimo poema!
    Passando por aqui pra retribuir a visita. Espero que não se importe, mas passamos a seguí-lo!
    Abçs!
    Rike.

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  14. As vezes não somos nós quem lemos a poesia... é ela quem nos lê, feito essa, da Cecilia, que escancarou meu interior... Bjs.

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Meus amigos e amigas sejam sempre bem vindos, eu agradeço aos gentis e inteligentes comentários no meu humilde espaço de reflexão, expressão e comunicação. Espero o seu retorno. Um forte abraço.

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